A obra está completa. A máquina flameja
Desenrrolando o fumo em ondas pelo ar.
Mas antes de partir mandem chamar a Igreja
Que é preciso que o bispo a venha baptizar.
Como ela é com certeza o fruto de Caim,
A filha da razão, da independência humana,
Batem-lhe na fornalha uns trechos de latim
E convertam-se à fé Católica Romana.
Devem nele existir diabólicos pecados,
Proque é feita de cobre e ferro, e estes metais
Saem da natureza, ímpios, excomungados,
Como saimos nós dos ventres maternais!
Vamos esconjurai-lhe o demo que ele encerra,
Extraí a heresia ao aço lampejante!
Ele acaba de vir das forjas de Inglaterra,
E há-de ser com certeza um pouco protestante.
Para que o monstro em fervido galope
Como num sonho febril, num doido turbilhão,
Além do maquinista é necessário o hissope,
E muita teologia... além de algum carvão.
Atirem-lhe umas hóstias à boca famulenta,
Preguem-lhe alguns sermões, ensinem-lçhe a rezar,
E lancem na caldeira um pouoc d’ água benta
Que com água dos céus talvez não possa
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