segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Mocidade – Sentido!


Mocidade – Sentido! É grande a herança
Que o génio português a vós confia (1)
Por bem a defender, dia a dia,
Ergui o vosso escudo e a vossa lança!
Com alma, com orgulho, com nobreza,
Foi ganha palmo a palmo, entre canseiras,
Ao sol de mil batalhas altaneiras!
Sentido, mocidade portuguesa!

Se em Cazengo, tal como no Minho,
E, no Planalto, como em Trás-os-Montes,
Nós ouvimos cantar as mesmas fontes
E sentimos por todas igual carinho;
Se lá no Seles, como no Alentejo,
O mesmo sol trespassa o nosso abrigo,
Fecunda a Terra, amadurece o trigo
E promete fartura de sobejo
-Porque teimar na ideia deshumana
De distinguirmos, sempre, em pensamento,
O que não é senão prolongamento
Desta pequena casa lusitana?

Portugal é só um! O essencial
Para que ele progrida é que se expanda!
Residir em Lisboa ou em Luanda
É tudo residir em Portugal!
Amemos essas terras de além-mar,
Rosário de altos feitos e milagres,
Que começou a ser rezado em Sagres
E que ainda tem muito que rezar!

Mocidade – Sentido! È grande a herança
Que o génio português a vós confia:
Por bem a defender, dia a dia,
Erguei o vosso escudo e a vossa lança!
Com alma, com orgulho, como nobreza,
Foi ganha palmo a palmo, entre canseiras,
Al sol de mil batalhas, altaneiras!
Sentido, mocidade protuguesa!


Nota: No original:”vos aforia”.
Fonte: Silva Tavares, in Pela Fé e pelo Império

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Que parva que sou (Deolinda)



Que parva que sou

Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!

Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Parva que eu sou!

E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração 'casinha dos pais',
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou

Filhos, maridos, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou!

E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração 'vou queixar-me pra quê?'
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!

Sou da geração 'eu já não posso mais!'
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!

E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar

Fonte. DiarioLiberdade - post de 30Jan2011

Besos

Hay besos que pronuncian por sí solos
la sentencia de amor condenatoria,
hay besos que se dan con la mirada
hay besos que se dan con la memoria.

Hay besos silenciosos, besos nobles
hay besos enigmáticos, sinceros
hay besos que se dan sólo las almas
hay besos por prohibidos, verdaderos.

Hay besos que calcinan y que hieren,
hay besos que arrebatan los sentidos,
hay besos misteriosos que han dejado
mil sueños errantes y perdidos.

Hay besos problemáticos que encierran
una clave que nadie ha descifrado,
hay besos que engendran la tragedia
cuantas rosas en broche han deshojado.

Hay besos perfumados, besos tibios
que palpitan en íntimos anhelos,
hay besos que en los labios dejan huellas
como un campo de sol entre dos hielos.

Hay besos que parecen azucenas
por sublimes, ingenuos y por puros,
hay besos traicioneros y cobardes,
hay besos maldecidos y perjuros.

Judas besa a Jesús y deja impresa
en su rostro de Dios, la felonía,
mientras la Magdalena con sus besos
fortifica piadosa su agonía.

Desde entonces en los besos palpita
el amor, la traición y los dolores,
en las bodas humanas se parecen
a la brisa que juega con las flores.

Hay besos que producen desvaríos
de amorosa pasión ardiente y loca,
tú los conoces bien son besos míos
inventados por mí, para tu boca.

Besos de llama que en rastro impreso
llevan los surcos de un amor vedado,
besos de tempestad, salvajes besos
que solo nuestros labios han probado.

¿Te acuerdas del primero...? Indefinible;
cubrió tu faz de cárdenos sonrojos
y en los espasmos de emoción terrible,
llenaron sé de lágrimas tus ojos.

¿Te acuerdas que una tarde en loco exceso
te vi celoso imaginando agravios,
te suspendí en mis brazos... vibró un beso,
y qué viste después...? Sangre en mis labios.

Yo te enseñe a besar: los besos fríos
son de impasible corazón de roca,
yo te enseñé a besar con besos míos
inventados por mí, para tu boca.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O que dói não é um álamo

O que dói não é um álamo
Não é a neve nem a raiz
da alegria apodrecendo nas colinas.
O que dói

não é sequer o brilho de um pulso
ter cessado,
e a música, que trazia
às vezes um suspiro, outras um berço.

O que dói é saber.
O que dói
é a pátria, que nos divide e mata
antes de se morrer

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