Talhem-se as palavras justas
ao corpo do sofrimento
as imagens serão curtas
amplos os ombros do tempo
soltos os panos dos olhos
bordados os do talento
cosidos os dos ouvidos
ao forro do pensamento.
Tome-se o têxtil do tema
e corte-se o que é preciso
com a tesoura do riso.
Mas na orla do poema
depois da obra acabada
deixe-se ao menos um dedo
de tristeza embainhada.
VINTE ANOS DE POESIA, A LITURGIA DO SANGUE, CIRCULO DE LEITORES, 1984, P.71
segunda-feira, 30 de julho de 2007
A máquina de costura
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