segunda-feira, 30 de julho de 2007

Já Não É...

Já não é a noite que promete algum desejo
e o amanhecer não reflecte mais quimeras
no olhar.

Aquilo que era sol em cada verso
são os caídos,
é a queda
de cada pedra companheira
movida ainda sabe-se lá por que impulsão
após a morte!

As palavras que prometem
vêm depois que silvam balas
e a decisão dos homens.

Restamos nós rochedos brutos da montanha
face voltada ao amanhã que sempre nos guiou.

Cairemos não importa.

Nós somos o carvão da luz futura.

Poesia com armas, Costa Andrade, Sá da Costa, Lisboa, 1975

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