sexta-feira, 27 de julho de 2007

A UMA QUISSAMA

E na manhã fria, nevada
dessas manhãs de cacimbo
em que uma alma penada
não se lembra de ir ao limpo,
eu vi formoso, correcta
não sendo europeia dama
a mais sedutora preta
das regiões da Quissama.

Mal quinze anos contava
e no seu todo brilhava
o ar mais doce e gentil!
Tinha das mulheres lindas
as graças belas, infindas
de encantos, encantos mil.

Nos lábios, postos que escuros,
viam-se-lhe risos puros
em borboletões assomar.

Tinha nos olhos divinos
revérberos cristalinos
e fulgores... de matar!

Radiava-lhe na fronte
— como em límpido horizonte
radia mimosa luz,
da virgem casta a candura
Que sói à formosura
a graça que brota à flux!...
Embora azeitados panos
lhe cobrissem os lácteos pomos
denunciavam os arcamos
de dois torneados gomos...

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