segunda-feira, 30 de julho de 2007

Flores do Verde Pinho

Ó meu jardim de saudades,
Verde catedral marinha,
E cuja reza caminha
Pelas reboantes naves...

Ai flores do verde pinho,
Dizei que novas sabedes
Da minha alma, cujas sedes
Ma perderam no caminho!

Revejo-te e venho exangue;
Acolhe-me com piedade,
Longo jardim da saudade
Que me puseste no sangue.

Ai flores do verde ramo,
Dizei que novas sabedes
Da minha alma, cujas sedes
Ma alongaram do que eu amo!

- A tua alma em mim existe,
E anda no aroma das flores,
Que te falam dos amores
De tudo o que é lindo e triste.

A tua alma, com carinho,
Eu guardo-a, e deito-a, a cantar,
Das flores do verde pinho
- Àquelas ondas do mar. 7, 99

PAÍS LILÁS, DESTERRO AZUL, LÍRICAS PORTUGUESAS, PORTUGÁLIA
EDITORA, 3ª SÉRIE, PAG. 125

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