Chove,
E a trovoada é um batuque incessante, uma estranha batucada. Os raios são setas de fogo que mesteriosamente, em tom de guerra, espíritos do mal lançam da Altura para incendiar a Terra. O vento Ora violento, ora brando, o vento é o cazumbi dos cazumbis -o deus do mar, do rio e da floresta- que vai cantando e dançando, em tragicómica festa, o seu coro de mil vozes, os seus bailados febris. As nuvens negras são virgens tontas, quais almas do outro mundo, errando como sonambulas pelo céu negro e profundo... E a chuva, constante e forte, é o pranto (parece eterno) dos deuses negros que a Morte sacrificou no Inferno.
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