Meu sacana de versos! Meu vadio,
Fazes falta ao Rossio. Falta ao Nicola.
Lisboa é uma sarjeta. É um vazio.
E é raro o poeta que entre nós faz escola.
Mastigam ruminando o desafio.
São uns merdosos que nos pedem esmola.
Aos vinte anos cheiram a bafio,
têm joanetes culturais na tola.
Que diria Camões, nosso padrinho,
ou o Primo Fernando que acarinho
como Pessoa viva à cabeceira?
O que me vale é que não estou sozinho,
ainda se encontram alguns pés de linhos
crescendo não sei como na estrumeira.
SONETOS PORTUGUESES, LELLO & IRMÃOS - EDITORES, 1995, P.104
segunda-feira, 30 de julho de 2007
Ao meu falecido irmão Manuel Maria Barbosa du Bocage
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