Os cinco dedos da noite,
Longos e misteriosos,
Roçam por mim, vagarosos,
Longamente...
E entorpecidos, errantes,
Passam por mim, soluçantes,
Soturnamente...
E no ar, dormente e vago,
Passam por mim, num afago,
Sinistramente passando,
Num arrepio...
E vão passando e deixando,
Soturnamente afagando,
A alma gelada de frio…
Feita de sombras nocturnas,
Vindas n-ao sei de que furnas,
Esta mão, com cinco dedos,
Que eu tenho medo de ler
E de entender…
E, humedecidos, parece
Que estes dedos se mplharam
Em uma névoa de pranto,
Que tristes olhos choraram
Numa hora de dor e prece,
De agonia e de quebranto,
Porque, ao passarem por mim,
Fica-me o rosto molhado
Com lágrimasque eu, assim,
Ainda não tinha chorado...
Que me querem estes dedos,
Longos e misteriosos,
Que passam silenciosos
por sobre mim, tristemente
E longamente?
Dentro da noite não falam
E não sabem responder;
Passam por mim e escrevem
Misteriosos segredos,
Que eu tenho medo de ler
de entender...
sábado, 1 de dezembro de 2007
OS CINCO DEDOS DA NOITE
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