Para nascer basta um momento
breve é o tempo para morrer
mas é tão longo o sofrimento
de nem sequer ter tempo p’ra sofrer.
Quantas milhas já calcorreei
à procura de quem me procurasse, meu amor
e nunca te encontrei
nos lábios que julguei, da tua face.
De súbito parei, e vi-me ao espelho.
Nem meu rosto afinal é o que procuro
estes olhos são já de um homem velho
e eu quero um olhar simples e puro.
Se te encontrar perdoa se fôr tarde
na rua ou no campo, em algum templo
que dirás deste modo de covarde
de não levar mais tempo para o tempo.
P’ra nascermos passaram dois mil anos
quantos amores houve antes de nós!
Somente para os nossos desenganos
estamos de repente longe e sós.
Basta um segundo para nascer.
Um tempo p’ra morrer súbito e breve, meu amor
pudesses tu dizer
não há vida ou morte que nos leve!
sábado, 1 de dezembro de 2007
FONTE DO TEMPO
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