terça-feira, 14 de agosto de 2007

A Morte Saiu à Rua

Há 45 anos atrás, a 19 de Dezembro de 1961, a PIDE, assassinava a tiro, em pleno dia, numa rua de Lisboa, o pintor José Dias Coelho. Nascido bem perto da nossa terra (em Pinhel), certamente terá passado pela nossa zona muitas vezes.


Depois, o Zeca Afonso, quis recordar este senhor, numa belíssima canção que iremos recordar...

A Morte Saiu à Rua

A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
Um a gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai

O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o pintor morreu

Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou

Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação


Autoria (Letra e Música): Zeca Afonso

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