domingo, 5 de agosto de 2007

Aquela que, de pura castidade


Aquela que, de pura castidade,
de si mesma tomou cruel vingança
por üa breve e súbita mudança
contrária à sua honra e qualidade,


venceu à fermosura a honestidade,
venceu no fim da vida a esperança,
por que ficasse viva tal lembrança,
tal amor, tanta fé, tanta verdade.


De si, da gente e do mundo esquecida,
feriu com duro ferro o brando peito,
banhando em sangue a força do tirano.


Estranha ousadia! estranho feito!
Que, dando breve morte ao corpo humano,
tenha sua memória larga vida!


Sonetos



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