quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Poema Alentejano

Tava eu tirando moncos
Lá da cana do nariz
Enquanto fazia uma mija
Assim tipo chafariz

Tinha a bexiga tã chêia
Que fiquê lá uma hora
Quando me assomê em volta
Tinha ido tudo embora

Sacudi o coiso e tal
Enquanto coçava a bilha
De tal manêra atascado
Que o entalê na braguilha

Tirê as botas do lodo
Que fizera na mijada
Aacudi tamém as calças
Sempre com ela entalada

Pedi ajuda à Ti micas
Que cerca dali morava
Mas depilou-me as bilas
A força com qu´a puxava

Ensanguentado na dita
Fui aos tombos pelo monti
Vomitando quasi as tripas
Nã sêi se queres que te conti

Como comera dôs pães de quilo
C´ um garrafão p´rájudari
Ná admira ter tado
Três horas a vomitari

Detê-me na palha fresca
para ver se descansava
Enterrê-me logo numa bosta
Da vaca c´áli pastava

E foi assim qu' essa tarde
conheci um caracoli
Dêtados os dois na palha
C'os cornos secand'ó soli

Fonte: Enviado pela Ester a 23Out206

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