sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Luar do Sertão

Ó! que saudade
do luar da minha terra,
lá na serra,
branquejando folhas secas
pelo chão!
Este luar, cá da cidade,
tão escuro,
não tem aquela saudade
Do luar
lá do sertão

Estribilho
Não há (Bis)
Ó gente
Ó não
luar,
Como esse
Do sertão

Se a lua nasce
por detrás da verde mata
mais parece
um sol de prata,
prateando
a solidão!
E a gente pega na viola,
que ponteia,
e a canção
é a lua cheia,
a nos nascer
do coração!

Quando vermelha,
no sertão
desponta a lua,
dentro d’alma
onde flutua,
também
rubra.
nasce a dor!
E a lua sobe...
E o sangue muda
em claridade!...
E a nossa dor
muda
em saudade...
branca...
assim...
da mesma
cor!!!

Ai! Quem me dera
que eu morresse lá na serra,
abraçado à minha terra,
e dormindo de uma vez!
Ser enterrado
numa grota pequenina,
onde, à tarde,
a sururina
chora a sua viuvez!

Diz uma trova,
que o sertão todo conhece,
que, se à noite,
o céu floresce,
nos encanta,
e nos seduz,
é porque rouba dos sertões
as flores belas
com que faz essas estrelas
lá do seu jardim de luz!!!

Mas como é lindo ver,
depois,
por entre o mato,
deslizar,
calmo,
o regato,
transparente como um véu,
no leito azul das suas águas,
murmurando,
ir, por sua vez,
roubando
as estrelas
lá do céu!!!

A gente fria
desta terra,
sem poesia,
não se importa com esta lua,
nem faz caso do luar!
Enquanto a onça,
lá na verde capoeira,
leva uma hora
Inteira,
vendo a lua,
a meditar!

Coisa mais bela neste mundo
não existe,
do que ouvir
um galo triste,
no sertão,
se faz luar!!!
Parece até que a alma da lua
é que descanta,
escondida
na garganta
desse galo
a soluçar!

Se Deus me ouvisse
com amor
e caridade, me faria
esta vontade,
- o ideal do coração!
Era que a morte,
a descantar,
me surpreendesse,
e eu morresse,
numa noite de luar,
no meu sertão!

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