Tempo de trevas

Foi depois da traição
De quem lhe foi guerreiro e missionário
Que o ergueram no alto do calvário
Com um cravo de sangue em cada mão.
Ladeiam-no ladrões, o escárnio da escória
E um bando de soldados
Que lhe perdeu aos dados
Cinco séculos de História
Tudo é treva e dor.
(Prouvesse Deus que fosse nevoeiro !)
Chegou o instante derradeiro ?
Chegou ao extremo o estertor ?
Como é lenta a agonia !
Como ele morre devagar !
Quanto tempo teremos de esperar
Pelo terceiro dia ?

António Manuel Couto Viana, in Ponto de não Regresso
Transcrito do Combustões - post de 25Abr2007

Nota Pessoal

António Manuel Couto Viana, este poeta último do nacionalismo português retrata tão bem este nosso "Finis Patriae. Obrigado Couto Viana

Rui Moio