Escrever é projectar-se além da Vida,
É vencer a Morte.
Um dia esta virá, de surpresa, ou tardia,
Mas uma coisa não levará, não reduzirá a cinzas,
e sobre ela a sua álgida mão não terá poder.
Ó Morte, eu sei que tu me aniquilarás,
Mas não destruirás está página
em que escrevo o teu nome,
O teu nome odiado e cruel.
Quantos seres derrubaste em volta de mim!
A todos apavoras.
mas outras vidas há que não estão à tua mercê,
e essas, que nós criámos
Com a música das nossas palavras,
Com a febre do nosso espírito,
Com a ambição do nosso sonho,
essas - sobreviver-nos-ão
e o teu amplaxo não as envolverá.
O que fica do artista, para além dele, não te pertence;
Basta que nós te pertençamos.
Fonte. Poemas Imperfeitos, páf. 140
sábado, 26 de janeiro de 2008
Escrever é vencer a morte
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