Não conheço seu nome ou paradeiro
Adivinho seu rastro e cheiro
Vou armado de dentes e coragem
Vou morder sua carne selvagem
Varo a noite sem cochilar, aflito
Amanheço imitando seu grito
Me aproximo rodando a sua toca
E ao me ver você me provoca
Você canta sua agonia louca
Água que borbulha na boca
Minha presa rugindo sua raça
Pernas se debatendo e o seu fervor
Hoje é o dia da graça
Hoje é o dia caça e do caçador
Eu me espicho no espaço feito um gato
Pra pegar você, bicho do mato
Saciar sua avidez mestiça
Que ao me ver se encolhe e me atiça
Que num impulso me expulsa e abraça
Nossa peles grudando de suor
Hoje é o dia da graça
Hoje é o dia caça e do caçador
De tocaia fico a espreitar a fera
Logo dou-lhe o bote certeiro
Já conheço seu dorso de gazela
Cavalo brabo montado em pelo
Dominante, não se desembaraça
Ofegante, é dona do seu senhor
Hoje é o dia da graça
Hoje é o dia caça e do caçador
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Caçada
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