Fonte:Blogue Manlius - Post de José Carlos de 20Dez2007
Já de Macau me Despeço para Sempre e Nunca Mais
Soubesse eu dar expressão
à mágoa que me domina…!
(Tenho, hoje, o coração
da côr da Tinta-da-China”…)
Traição atrás de Traição,
Está consumada, à pressão,
A geral carnificina…!
(Tenho, hoje, o coração
da côr da Tinta-da-China.)
Portugal caíu ao chão.
Cresce, em montão, a ruína…
(Tenho, hoje, o coração
da côr da Tinta-da-China.)
Já Macau baixa ao porão
De um galeão à bolina…
… E o peso da cerração
Sem tino, que tem em cima,
Tolda a visão da monção
Que o destino lhe destina.
Já Macau baixa ao porão;
e, em cega navegação,
recolhe, atrás da cortina…
(Tenho, hoje, o coração
da côr da Tinta-da-China…!)
Não há palavras à mão
de semear, metro ou rima
que dêem voz ou vazão
ao vazio da erosão
que tudo mina e fulmina!
(Tenho, hoje, o coração
da côr da Tinta-da-China…!)
O Império (Diz-se) foi chão
que deu uvas p´rá vindima
ao primeiro capitão
ou capataz da esquina…
(Tenho, hoje, o coração
da cõr da Tinta-da-China…!)
Entra em zona de Tufão
Todas a pátria ultramarina
- e é que, da costa ao sertão,
já nem rota nem rotina…!
Sofre cada possessão,
sopra um suão de chacina!
(Tenho, hoje, o coração
da côr da Tinta-da-China…!)
Porca de sorte, a que estão
Tendo o reino e os que lhe são
seiva de cada Talhão!
Porca de sorte suína!...
(Tenho, hoje, o coração
da côr da Tinta-da-China…!)
Da Eslávia ao Industão,
na Nipónia à Palestina,
do Malabar a Ceilão,
da Ameríndia até Damão,
Goa, Diu… e Hiroschima,
- só marés de perdição
e turbilhões de má sina…!
(Tenho, hoje, o coração
da côr da Tinta-da-China…!)
Póde haver lá tradução
Para a mortificação,
Face à agonia, a aflição
Que me alucina e lancina?!...
(Tenho, hoje, o coração
da côr da Tinta-da-China…!)
Anda à solta, um furação
que, de roldão, tudo mina…
(Tenho, hoje, o coração
da côr da Tinta-da-China…!)
Rodrigo Emílio, Lisboa, aos 18 de Dezembro de 1999
Soubesse eu dar expressão
à mágoa que me domina…!
(Tenho, hoje, o coração
da côr da Tinta-da-China”…)
Traição atrás de Traição,
Está consumada, à pressão,
A geral carnificina…!
(Tenho, hoje, o coração
da côr da Tinta-da-China.)
Portugal caíu ao chão.
Cresce, em montão, a ruína…
(Tenho, hoje, o coração
da côr da Tinta-da-China.)
Já Macau baixa ao porão
De um galeão à bolina…
… E o peso da cerração
Sem tino, que tem em cima,
Tolda a visão da monção
Que o destino lhe destina.
Já Macau baixa ao porão;
e, em cega navegação,
recolhe, atrás da cortina…
(Tenho, hoje, o coração
da côr da Tinta-da-China…!)
Não há palavras à mão
de semear, metro ou rima
que dêem voz ou vazão
ao vazio da erosão
que tudo mina e fulmina!
(Tenho, hoje, o coração
da côr da Tinta-da-China…!)
O Império (Diz-se) foi chão
que deu uvas p´rá vindima
ao primeiro capitão
ou capataz da esquina…
(Tenho, hoje, o coração
da cõr da Tinta-da-China…!)
Entra em zona de Tufão
Todas a pátria ultramarina
- e é que, da costa ao sertão,
já nem rota nem rotina…!
Sofre cada possessão,
sopra um suão de chacina!
(Tenho, hoje, o coração
da côr da Tinta-da-China…!)
Porca de sorte, a que estão
Tendo o reino e os que lhe são
seiva de cada Talhão!
Porca de sorte suína!...
(Tenho, hoje, o coração
da côr da Tinta-da-China…!)
Da Eslávia ao Industão,
na Nipónia à Palestina,
do Malabar a Ceilão,
da Ameríndia até Damão,
Goa, Diu… e Hiroschima,
- só marés de perdição
e turbilhões de má sina…!
(Tenho, hoje, o coração
da côr da Tinta-da-China…!)
Póde haver lá tradução
Para a mortificação,
Face à agonia, a aflição
Que me alucina e lancina?!...
(Tenho, hoje, o coração
da côr da Tinta-da-China…!)
Anda à solta, um furação
que, de roldão, tudo mina…
(Tenho, hoje, o coração
da côr da Tinta-da-China…!)
Rodrigo Emílio, Lisboa, aos 18 de Dezembro de 1999
OBS: Cópia de Rui Moio
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