domingo, 18 de outubro de 2009

REGRESSO

Não fugi à guerra, não fui para Paris
não fugi da terra, não traí o povo,
eu fui ao combate debaixo do Sol
e voltei de novo.
Posso aquecer-me com o Sol mais quente
que me enche as veias, vinho de raíz,
não se vai à guerra e volta de novo
sem se sentir dentro a voz do país.
Posso agora olhar, olhar descansado,
as belas moçoilas, bordando ao luar
sinais de conjuro para o namorado
um dia voltar
E posso falar, falar compassado,
com o homem velho que me disse um dia:
“se eu tivesse agora a tua idade
era eu quem ia”.

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