quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Se a minha terra é de cor!...

A minha terra tem cor.

eu não conheço outra terra
onde haja tanta beleza
nas síncopes coloridas
dum fim de tarde…

inda está p’ra ser fadado
um tão nevado luar
que derrame tanto leite
em noites de lua cheia…

no meu corpo bronzeado,
na minh’alma cor de neve,
na minha terra tão linda,
há orgias embriagantes
de cor.

- se a minha terra é de cor!...

na chaga sangrenta
da rubra queimada
sem fim,
queimando dentro de mim,
e no passado negrume
de certas noites sem lua;
e com o lume apagado
no rutilante luzeiro
do Cruzeiro,
onde foi crucificada
a minha Raça,

- a minha terra tem cor!

nos frutos tão bons,
nas águas imensas,
nos campos lavrados,
nos céus anilados,
nos corpos tão negros
de pretos,
de pretas,
nas estrelinhas trementes,
- lágrimas de Deus
derramadas
pelos negros inocentes
há doces tonalidades
mistérios
suavidades,
cambiantes fascinantes
de cor

- se a minha terra é de cor!...


sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Soneto de um talento

Soneto de um talento

via Insistimento de Marcos Rezende em 23/10/09


Nasci, cresci, mas não sou dono de mim
Conheço lugares, conheço pessoas, mas não sei quem sou
Perco-me mais em mim do que em lugares distantes
Fico só, mesmo rodeado de minhas "amigas" personalidades

Já ouvi dizer que sou grande e que posso ser feliz
Li diversos textos que me entusiasmam a crescer
Mas a crueldade com que me esponho diante do espelho
É maior que o maior de meus zelos por mim mesmo

E nessa infelicidade dura e crua da vida
Que mastigo devagar enquanto observo a felicidade alheia
Respiro e transpiro pudor por libertar-me

Assim, visto-me de outros "eus" para satisfazer ao mundo
E tranco minha melhor roupa dentro do armário de meu ego
Para não mostrar ao mundo todo meu talento e ser feliz uma vez ao menos

Alma viva

via Jornalista Incidental de Gilson Junior em 09/08/09

Se a noite tem magia?
Nada além de estrelas e vozes e astronaves!
O jeito fosco e afobado de escondermos as mãos
É um pedaço de outro início
E a luz que desce fria traça cruzes entre os membros.
Há apenas inumanos de onde viemos,
No que lemos.

A incerteza das palavras e a virtude dos sorrisos
São formas de encanto aceitáveis
Nas ordens sem início.
De onde vêm as orações?
Dos muros dos conventos.

E é certo que aquela voz na caixa desigual
Desenhada com correntes
Têm letras coloridas
E luzes e estradas
Tudo é magia inteira.

São inventos, são espantos pros que erguem-se em outra santidade
E tudo é construção de nossas mentes
Tecidas nos verões inconsequentes, na seriedade dos indícios
Que nos libertam,
Nos fazem escravos
E entre os vícios e as canções,
Nos fazem amor.

Luas frias dão vontade
De termos canções brejeiras.
Há magia na verdade?
Só aquelas em teu rosto
Ao notar-se alma viva.

O pensador

via Angola: os poetas de kinaxixi em 22/10/09
ao artista desconhecido, autor da
mais conhecida escultura angolana

Ela está sentada,
a mãe-pensador.
está cuidadosamente sentada
entre a vida e a morte,
para lá de toda a gente.
ela está sentada,
a mãe-genitor,
sobre o seu andor.
mas não como a senhora dos ausentes.
nem como a virgem dos doentes,
nem como a nossa senhora das dores.
ela não tem nada
a mãe-pensador.
não tem morte
nem vida
nem sul
nem norte
nem cima nem baixo,
nem cor…
nem dó.

a mãe-pensador é nós,
na nossa mente.
ela é a nossa longa consciência.
Ela não tem senão u velho pó
Como palavras justas em roda duma oval.
ela não tem senão a força
e toda a ciência
da sua oval talhada
num pedaço de ideia universal.

sem contrair nenhum nervo,
sem pronunciar uma palavra
sem alargar o nó do seu dorso
ela é cereal na nossa lavra,
ela é uma luz no nosso acervo.
ela é nós, sem qualquer esforço.

mãe-pensador serena e nua
entre a morte eterna
e a vida imortal
tiradas um pouco a toda a gente
como um tributo à flor habitual
que fica entre o sul e a lua
eternamente…

ela está toda enrodilhada
em volta do seu nó
dentro do qual desfila em parada
toda a nossa miséria militante,
como num outro gueto, onde vive um povo
sem galileia nem Jericó
entre a paz e a guerra
entre cassinga e soweto,
nervoso e hesitante, mas não só.

ela está sentada num tronco de pau-preto
num taco de pau terra
com profundas raízes na nossa mente.
e é como o fluxo sintético
que vem pelo campo fora
repensando o povo
ao longo de um milénio,
mestiçando de novo
a consciência de agora,
irredutivelmente.

ela está sentada no seu génio hieráctico
sentada no seu modo diacrónico,
a porta do seu túmulo transparente.
ela geme imperceptivelmente
o seu gemido rouco e desarmónico
que soa em nós por dentro e por fora
num cântico diatónico.

ela não tem sombra
a mãe-pensador.
ela não tem bafo
nem sangue nem suor.
ela é a sombra
ela é o bafo
ela é o amor…

a mãe-pensador não está de pé.
cotovelos assentando nos joelhos
olhos cerrados em grão de café,
está sentada meticulosamente
escutando tudo
olhando toda a gente.
Básica e serena como ela é,
vendo tudo detalhadamente.
mãe-pensador
mudamente ambígua…
tua cabeça pensa adormecida
o ser e o nada da nossa vida,
e murmura num gemido ritual
o som de tão perigosa vizinhança,
dessa misteriosa condição contígua
da derrota que precede a vitória da esperança.
e o som gemido, rouco e atonal
como a fórmula básica dum singular perito,
sonoriza a rigorosa oval
onde de debate o nó do conflito
que germina uma formosa ideia.
e as equações da morte e da vida
vão do principio ao fim do infinito
abraçadas entre as trevas e a luz
tecendo a nossa teia.

o teu cérebro antiquíssimo regista
essa unidade vagarosa, imemorial
que se cria pela história a perder de vista
e nada serpenteia.

a voz murmurada do cântico expontâneo
que exala da terra e se reproduz
pelas chanas arasadas do mussende
como prece pagã que repercute
no céu da catedral dum velho crâneo,
ressoa ainda uma cantata em ut,
rodopia ainda uma dança em redondo,
que foram missa negra em ditirambo
na belicosa véspera de kalendende,
na aurora sangrenta de angoleme akitambo
no raiar da vitória do kifangondo.

ela olha e vê
do seu toco de pau tempo
a marcha saturnal de tanta gente
corrompendo a esperança,
activando os medos,
gargalhando as suas risadas soturnas
palavreando os seus discursos loucos.

os olhos apagados como estrelas diurnas,
ela olha e vê pelos seus longos dedos,
ela olha e vê paulatinamente
toda aquela gente
a morrer aos poucos.

com seu sorriso de estrela reservada
a mãe-pensador olha e vê,
os nomes que sobraram na história da coragem,
que não morrem aos poucos, nem tão pouco
doutra maneira mais sofisticada.

ela olha e vê do cimo do seu toco
seus antigos companheiros de viagem:
o príncipe ilunga – que recusou a guerra –
e a formosíssima princesa lweji,
amarem-se na paz e no calor da terra
de uma outra chana de lwameji
onde as begónias se cruzam com os fetos
mestiçando a flora.

ela olha e vê
pelo tempo fora,
o cortejo de filhos e de netos
dos filhos dos netos dos bisnetos,
habitarem cada campo e cada canto
desta pátria que foi mundo novo.

e a mãe-pensador
como quem cisma,
sorri então todo o seu espanto
e goza de olhos postos em si mesma
a formidável linhagem do seu povo.

Henrique Abranches (1932-2004)
Nasceu em Lisboa. Romancista, dedicou-se também à pintura e aos estudos etnográficos. Foi preso pela PIDE. Fundou em Argel, com Pepetela, o centro de Estudos Angolanos.
Foi membro fundador da União de Escritores Angolanos e da UNAP (União Nacional dos Artistas Plásticos).


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

PARAÍSO

Se houver além da Vida um Paraíso,
Outro modo de ser e de viver,
Onde p´ra ser feliz seja preciso
Apenas ser;

Onde uma Nova Terra áurea receba
Lágrimas, já diversas de alegria,
E em Outro Sol nosso olhar outro beba
Um Novo e Eterno Dia;

Onde o Áspide e o Pomba de nossa alma
Se casem, e com a Alma Exterior
Numa unidade dupla – sua e calma –
Nossa alma viva, e à flor

De nós nosso íntimo sentir decorra
Em outra Cousa que não Duração,
E nada canse porque viva ou morra –
Acalmaremos então?

Não: uma outra ânsia, a de infelicidade,
Tocar-nos-á como uma brisa que erra,
E subirá em nós a saudade
Da imperfeição da Terra.

11/1912

terça-feira, 20 de outubro de 2009

WE CAN - Nós podemos -

Nós podemos
Tentar fazer
O mundo mudar

Nós podemos
Tentar aos outros ajudar
Apenas com um sorriso
Uma palavra, um olhar

Nós podemos
Ainda ter esperanças
Se amarmos e educarmos
As nossas crianças.

Alexandrina Silva (Arruda dos Vinhos) in Jonal Destak.pt de 20Out2009

Los Hermanos

Yo tengo tantos hermanos que no los puedo contar,
en el valle y la montaña, en la pampa y en el mar.
Cada cual con sus trabajos, con sus sueños cada cual,
con la esperanza delante con los recuerdos detrás...
Yo tengo tantos hermanos que no los puedo contar!

Gente de mano caliente por eso de la amistad,
con un rezo pa’rezarlo, con un llanto pa’llorar,
con un horizonte abierto que siempre está más allá
y esa fuerza pa’buscarlo con tesón y voluntad
cuando parece más cerca, es cuando se aleja más...
Yo tengo tantos hermanos que no los puedo contar!

Ya así seguimos andando curtidos de soledad,
nos perdemos por el mundo, nos volvemos a encontrar,
y así nos reconocemos por el lejano mirar,
por las coplas que mordemos, semillas de imensidad
y así seguimos andando curtidos de soledad
y en nosotros, nuestros muertos pa’ que nadie quede atrás...
Yo tengo tantos hermanos que no los puedo contar
y una hermana muy hermosa que se llama... libertad!

Fonte: Nossas vidas em diante, post de 06Out2009 - comentário de pintoandrade wrote on Oct 6, edited on Oct 6

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Ler


Ler um livro
É sempre um bom amigo para se ter,
não há nada como isolar-nos e ler.
É um refúgio para se espairecer,
de problemas que queremos esquecer.
É uma fonte fresca de prazer,
palavras que são água para beber,
que refrescam o nosso ser.
Ler ajuda-nos a crescer,
muda, a nossa maneira de agir e ser,
de falar e escrever.
Uma saudável actividade de lazer,
que todos deveriam fazer...

OBS: Adaptação a formato em verso de Rui Moio
Fonte: Frederico Pereira in jonal Metro de 16Out2009, pág 8. (formato em prosa)

domingo, 18 de outubro de 2009

REGRESSO

Não fugi à guerra, não fui para Paris
não fugi da terra, não traí o povo,
eu fui ao combate debaixo do Sol
e voltei de novo.
Posso aquecer-me com o Sol mais quente
que me enche as veias, vinho de raíz,
não se vai à guerra e volta de novo
sem se sentir dentro a voz do país.
Posso agora olhar, olhar descansado,
as belas moçoilas, bordando ao luar
sinais de conjuro para o namorado
um dia voltar
E posso falar, falar compassado,
com o homem velho que me disse um dia:
“se eu tivesse agora a tua idade
era eu quem ia”.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Negra!

via Angola: os poetas de kinaxixi em 08/10/09
I
negra! negra! como é a noite
d'uma horrível tempestade,
mas, linda, mimosa e bella,
como a mais gentil beldade!
negra! negra! Como a aza
do corvo mais negro e escuro,
mas tendo nos claros olhos,
o olhar mais límpido e puro!

negra! negra! como o ébano
sedutora como Phedra,
possuindo as celsas fórmulas,
em que a boa graça medra!
negra! negra!... mas tão linda
co'os seus dentes de marfim;
que quando os lábios entreabre,
não sei o que sinto em mim!...

II

só, negra, como te vejo,
eu sinto nos seios d'alma
ardêr-me forte desejo,
desejo que nada acalma.
se te roubou este clima
do homem a cor primeva;
branca que ao mundo viesses,
serias das filhas d'eva
em belleza, ó negra, a prima!...
gerou-te em agro torrão;
s'elevar-te ao sexo frágil
temeu o rei da criação;
é qu'és, ó negra creatura,
a deusa da formusura!...

Janelas de Lisboa

Tenho quarenta janelas
nas paredes do meu quarto.
Sem vidros nem bambinelas
posso ver através delas
o mundo em que me reparto.
Por uma entra a luz do Sol,
por outra a luz do luar,
por outra a luz das estrelas
que andam no céu a rolar.
Por esta entra a Via Láctea
como um vapor de algodão,
por aquela a luz dos homens,
pela outra a escuridão.
Pela maior entra o espanto,
pela menor a certeza,
pela da frente a beleza
que inunda de canto a canto.
Pela quadrada entra a esperança
de quatro lados iguais,
quatro arestas, quatro vértices,
quatro pontos cardeais.
Pela redonda entra o sonho,
que as vigias são redondas,
e o sonho afaga e embala
à semelhança das ondas.
Por além entra a tristeza,
por aquela entra a saudade,
e o desejo, e a humildade,
e o silêncio, e a surpresa,
e o amor dos homens, e o tédio,
e o medo, e a melancolia,
e essa fome sem remédio
a que se chama poesia,
e a inocência, e a bondade,
e a dor própria, e a dor alheia,
e a paixão que se incendeia,
e a viuvez, e a piedade,
e o grande pássaro branco,
e o grande pássaro negro
que se olham obliquamente,
arrepiados de medo,
todos os risos e choros,
todas as fomes e sedes,
tudo alonga a sua sombra
nas minhas quatro paredes.
Oh janelas do meu quarto,
quem vos pudesse rasgar !
Com tanta janela aberta
Falta-me a luz e o ar.

Fonte: Blogue
"Atrás da Lente" - post de 08Out2009

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

CORES & PALAVRAS: CARTA DE UM CONTRATADO

CORES & PALAVRAS: CARTA DE UM CONTRATADO

«Um dos maios belos poemas de António Jacinto, poeta angolano já falecido e neste video dito magistralmente por José Ramos acompanhado pela nao menos magistral música de Travadinha, músico caboverdiano.»

Cantar de Emigração

Este parte, aquele parte
e todos, todos se vão
Galiza
ficas sem homens
que possam cortar teu pão
Tens em troca
órfãos e órfãs
tens campos
de solidão
tens mães que não têm filhos
filhos que não
têm pai
Coração
que tens e sofre
longas
ausências mortais
viúvas de vivos mortos
que ninguém
consolará

Rosália de Castro (Galiza - Espanha)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Partitura do Hino Monárquico Português

via Nacional-Cristianismo de NC em 05/10/09
Ouvir no Youtube o fabuloso Hino: http://www.youtube.com/watch?v=DzUc00_2c5s&feature=related

Letra do Hino da Carta - Hino Monárquico (1834-1911)

1.
Ó Pátria, Ó Rei, Ó Povo,
Ama a tua Religião
Observa e guarda sempre
Divinal Constituição
(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição
2.
Ó com quanto desafogo
Na comum agitação
Dá vigor às almas todas
Divinal Constituição
(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição
3.
Venturosos nós seremos
Em perfeita união
Tendo sempre em vista todos
Divinal Constituição
(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição
4.
A verdade não se ofusca
O Rei não se engana, não,
Proclamemos Portugueses
Divinal Constituição
(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Imagens de Guerra [in Grito duma Luta Inglória]

De José Silva:
«Por ter estado em Lumbala e Caripande e conhecer o estado de todas as pontes, que nos ligavam a Teixeira de Sousa, escrevi em tempos: Imagens de Guerra»

Ainda retenho a imagem,
Depois de sair do porto;
Após uns dias de viagem,
No porão, Soldado morto!?
-
Ainda retenha a imagem,
De algo que me ilumina;
De ver dobrada ramagem,
Bem por cima duma mina!
-
Ainda retenho a imagem,
Desses amigos da picada;
Cuja franca camaradagem,
Fizeram a missão facilitada!
-
Ainda retenho a imagem,
De na chegada ao Grafanil;
Dum desfilar de coragem,
Na marcha que foi desfile!
-
Ainda retenho a imagem,
Ao comandar Companhia;
Dos Soldados de coragem,
E com a enorme valentia!
-
Ainda retenho a imagem,
E é com ela que eu vivo;
De muito fogo, barragem,
Lutando em tiro institivo!
-
Ainda retenho a imagem,
Dum Soldado dos Açores;
Quaresma era um pagem,
Furriel com seus amores!
-
Ainda retenho a imagem,
De ter refeição no barco;
E de a ver numa voragem:
A um crocodilo no charco!
-
Ainda retenho a imagem,
De ter perto a mim, horror;
De uma enorme barragem,
De mato a arder num calor!
-
Ainda retenho a imagem,
De um lugar tão atolador;
E do condutor, a coragem,
Com seu guincho salvador!
-
Ainda retenho a imagem,
Dos helicópteros a voar;
E duma doida aterragem,
Deles para o chão saltar!
-
Ainda retenho a imagem,
E essa ninguém ma tira;
Ao tentar sã camaradem,
Duma espingarda ser mira!
-
Ainda retenho a imagem,
De ter Santos a meu lado;
Desse pobre com coragem,
Ter seus miolos estoirado!
-
Todos nós temos memórias,
Eu ainda as posso contar;
Mas são tantas as histórias,
De quem morreu por lutar!
-
Esta última quadra é tampa,
E com ela eu desejo selar;
Meus segredos numa campa,
Para nunca mais os contar!

José Silva - In Grito duma Luta Inglória

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