Ali, na rua do Carmo um coqueiro ficou abandonado quando destruiram a casa velha a que deu sombra. E onde um par enamorado teve sonhos de Amor, nesse pedaço de Luanda antiga agora modernizada. E o coqueiro ligado à terra, tombado na direcção da Rua da Pedreira, como filho nos maternos braços ali ficou. Talvez para saudar alguém que muito sofreu e amou... Mas tudo acaba e o tempo tudo anda a destruir, - porque tudo é passageiro, quando se vive a mentir. Ó pincelada verde na cidade, ruina e gótica coluna de marmore verde... Morre, coqueiro morre, Antes que os homens, tão maus, cometam a crueldade de te expulsar e matar. Morre de pura saudade... E perdoa, mas sofre como um homem, coqueiro das verdes palmas, porque tudo, afinal, na vida, é triste quando se matam almas...
domingo, 12 de março de 2017
Coqueiro
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