Ó mães doloridas, celestiais,
Misericordiosas,
Ó mães d' olhos benditos, liriais,
Ó mães piedosas!
Calai as vossas mágoas, vossas dores;
Longe, na crua guerra,
Vossos filhos defendem, vencedores,
A nossa linda terra!
E se eles defendem a bandeira
Da Pátria que adorais,
Onde viram, um dia, a luz primeira,
Ò mães, porque chorais?!
Uma lágrima triste, agora é
Cobardia, fraqueza!
Nos campos de batalha cai de pé
A Alma Portuguesa!
Pela terra de rosas e tomilhos,
De estrelas e luar,
Deixai ir combater os vossos filhos
Ao longe, heróis do mar!
Dum português bendito, sem igual,
Eu sigo o mesmo trilho:
"Por cada pedra deste Portugal
Eu arriscava um filho!"
Por isso, ó mães doridas, pelo leito
De morte, onde ajoelhais,
Esmagai vossa dor dentro do peito,
Ó mães, não choreis mais!
A Pátria rouba os filhos, mas é mãe,
A mãe de todos nós.
Direito de a trair, não tem ninguém
Ó mães, nem sequer vós!
Poema escrito em homenagem aos soldados portugueses que lutaram em França durante a Primeira Guerra Mundial.
Fonte: livro "Mãe", edição 101 noites, Pág. 61-62.
Sem comentários:
Enviar um comentário