segunda-feira, 20 de março de 2017

Às Mães de Portugal


Ó mães doloridas, celestiais,
Misericordiosas,
Ó mães d' olhos benditos, liriais,
Ó mães piedosas!

Calai as vossas mágoas, vossas dores;
Longe, na crua guerra,
Vossos filhos defendem, vencedores,
A nossa linda terra!

E se eles defendem a bandeira
Da Pátria que adorais,
Onde viram, um dia, a luz primeira,
Ò mães, porque chorais?!

Uma lágrima triste, agora é
Cobardia, fraqueza!
Nos campos de batalha cai de pé
A Alma Portuguesa!

Pela terra de rosas e tomilhos,
De estrelas e luar,
Deixai ir combater os vossos filhos
Ao longe, heróis do mar!

Dum português bendito, sem igual,
Eu sigo o mesmo trilho:
"Por cada pedra deste Portugal
Eu arriscava um filho!"

Por isso, ó mães doridas, pelo leito
De morte, onde ajoelhais,
Esmagai vossa dor dentro do peito,
Ó mães, não choreis mais!

A Pátria rouba os filhos, mas é mãe,
A mãe de todos nós.
Direito de a trair, não tem ninguém
Ó mães, nem sequer vós!

Poema escrito em homenagem aos soldados portugueses que lutaram em França durante a Primeira Guerra Mundial.
Fonte: livro "Mãe", edição 101 noites, Pág. 61-62.

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