terça-feira, 5 de maio de 2009

Não há tabaco!

(Referência alegre à cruciante tragédia tabaqueira ocorrida há dias)

As armas e os barões assinalados
que os tempos vão maus, muito envinagrados!
Não há tabaco e estamos desgraçadoa!
A seca foi atroz e foi completa
de deixar um parceiro mui pateta!

Desta vez não houve contemplações:
não fumaram pobres, ricos e ladrões!

Conheço fumadores consagrados
que agora apenas ... chucham rebuçados!
Conheço até uma Domingas ,
que é munha lavadeira e confidente.
Sei que adora o tabaco e as boas pingas.

E, como continua sorridente,
indaguei da maneira que ela usava
pr´enfrentar o problema. E essa avis-rara
disse: - Eu não perdi tempo , e sem mangonha
fui comprar umas doses de cangonha!...

A situação tristonha e angustiosa
veio pôr a cidade em polvorosa.
Os cigarros de filtro e os tais sem ponta
são luxo com que a gente já não conta:

Não há Deltas, Marinas, Francesinhos
e até Negritos já não têm os barzinhos!
Fumar é vício lindo que morreu
e, p´ra vida ser feita de veludo,
vamos fumar p´la ponta de um canudo,
recordando a beata que já ardeu!

E como um bom charuto custa caro,
Não fumes disso, ó meu judeu avaro!


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