Velhos prédios, monumentos
Donde os olhos do passado
Podem ver por todo o lado
Outras gentes e costumes.
Tão diferentes são os braços
Que constroem o cansaço
Em Lisboa.
Cai a noite e então Lisboa
È castiça, põe o xaile
E na voz duma guitarra
Morre o tempo e nasce o fado.
Cai a noite e então Lisboa
Curiosa, espreita as farras,
Deixa o corpo entrar no baile,
Solta a música nas veias.
De semana para semana
Muita coisa tem mudado
Em Lisboa, esta europeia
Cada vez mais africana.
Que mudança se operou
Ou apenas se adivinha
Dos temperos da cozinha
Ao tempero das palavras.
Quase sem se aperceber
Muda a forma de viver
Em Lisboa.
Fonte: Entre Duas Margens de Rui Manuel (Cuca), 2004, Pág. 32
Sem comentários:
Enviar um comentário