segunda-feira, 17 de agosto de 2009

MELECA (Lilian Maial)

via ERA UMA VEZ, OUTRA VEZ! de Valéria Eik em 11/08/09

Ela rola e ela dança,
Dá cambalhota risonha,
Pára num canto e descansa,
E nos faz passar vergonha.
Quando se mostra pro mundo,
Vem gargalhada no fundo,
Dessa cara de pamonha.

A vida tem desses lances:
Hora de rir e chorar.
Tem hora até pros romances,
Tem hora até pra estudar!
Mais chata é a hora do banho,
Se eu não tomar, eu apanho,
Depois, quem quer acabar?

Começa a lavar criança!
Lava o pé e a sobrancelha,
Lava o sovaco e a pança,
Lava bumbum e a orelha.
Não esquece da careca,
Lava o sapo e a perereca,
Assim mamãe aconselha.

Quando eu acabo e me seco,
Vou pingando pro meu quarto,
Mamãe quase tem um treco,
Dia desses tem um infarto,
Leva todo a roupa suja,
Me penteia de lambuja,
Seu beijinho eu não descarto.

E assim, limpo e cheiroso,
Parecendo uma boneca,
Vou pra rua até o almoço,
Brincar levado da breca.
Até virar gozação,
Da turma do quarteirão,
Por causa dessa meleca!

Volto sujo e fedorento,
Algo triste e aporrinhado,
Suado, nariz escorrendo,
Dos amigos, afastado.
Olham pra mim, dizem: - Eca!
Mas da gostosa meleca,
Não vou ficar separado!


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