A minha lira mulata
tem acordes tão amantes
que eu julgo serem de prata
as suas cordas vibrantes.
porque fiz d’ela mulher
tem lábios cor de “pitanga”,
da “pitanga” de comer,
com adornos de missanga.
E os seus braços tão nervosos
são dois ramos de palmeira,
que me abraçam, duvidosos,
e me prendem de maneira,
que eu não sei qual é melhor,
se os seus beijos de “muamba”,
se o “jindungo” deste amor…
- amor mulato… pitanga!
Tomaz Vieira da Cruz (1900-1960) - Natural de Constança, no Ribatejo, viveu desde 1924 em Angola. Tem colaboração em vários jornais e revistas, de Angola e Portugal. Em 1950 funda no Sumbe (ex-Novo Redondo) o jornal “Mocidade”. É considerado um dos precursores da literatura angolana.
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