um barco que passa uma ave que voa
um azul que fica na retina
um rosto que sonha numa canoa
um barco que passa uma ave que voa
um desejo que fica pelo ar
azul e penetrante como o ar
passa o barco lentamente
passa a tarde passa a vida
e um vulto que ao passar canta baixinho
existe ao um ar tranquilo
sossegado como buda de marfim
quem disse que ali era a cidade!
um barco que passa uma ave que voa
um azul que fica na retina
um rosto que sonha numa canoa.
Henrique Guerra (1937)
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