Amigo porque te vais…
quem disse que esta era a tua hora?
Mesmo agora partiste e o meu pranto já te implora.
Eras diferente dos demais!…
Ainda oiço os teus passos pelas pedras da calçada.
Na estante, fechado, está o livro que te dei.
Se alguém me perguntar por ti, dir-lhe-ei:
Não sei! A vida já não é nada.
Sozinha, caminho, sem saber onde te encontrar.
Lanço ao mar e ao vento esta ânsia que acalento.
O meu estado de espírito oscila, em compasso lento:
Ora choro, ora rio, ora disperso o meu olhar.
Anoitece. À minha volta, paira um silêncio profundo.
Por toda a parte encontro vestígios do passado;
agora, os teus conselhos têm outro significado.
Indistinta, sobrevivo, neste recanto do mundo.
Partiste apressado, sem nada me dizer…
Revejo o teu retrato e procuro uma réstia de olhar.
Porém, um mistério ofusco, guardou-o noutro lugar.
É estranha, esta sensação de não te ter!
Relutante em aceitar a realidade, quero dizer-te:
Recordo com saudade a nossa leal dedicação.
Direi a todos que fomos amigos do coração
e que, num qualquer dia, estarei aí para ver-te.
Nazaré Cunha - (2008-08-02)
Fonte: Blogue "Folhas de História" - post de 02Ago2008
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