Em Lisboa não morro mas espero
O Tejo a água a ponte e o Rossio.
Em Lisboa não morro mas espero
Um pouco menos Tejo menos frio.
Em Lisboa vendendo a minha fruta
De azeite e mel de ódio e de saudade.
É dentro de mim próprio que eu tropeço
Num degrau de ternura da cidade.
Em Lisboa gaivota que navega
No Terreiro do paço por acaso
Eu encontro a dimensão da minha entrega
No aterro, onde me enterro a curto prazo.
Limoeiro, limo do mar da Palha
Palha podre de tédio rio surpresa
Desta Lisboa de água que só falha
Quando do céu azul sobra tristeza.
Lisboa meu amor, minha aventura
Em cada beco só uma saída
Alfama, meu mirante de lonjura
Má fama que a nós todo dás guarida
Mas esta angustia que eu canto
Lisboa, Lisboa, não vem ao caso!...
Fonte: Blogue "Lupango da Jinha - post de 07Ago2008"
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