quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A cidade

Em Lisboa não morro mas espero

O Tejo a água a ponte e o Rossio.

Em Lisboa não morro mas espero

Um pouco menos Tejo menos frio.

Em Lisboa vendendo a minha fruta

De azeite e mel de ódio e de saudade.

É dentro de mim próprio que eu tropeço

Num degrau de ternura da cidade.

Em Lisboa gaivota que navega

No Terreiro do paço por acaso

Eu encontro a dimensão da minha entrega

No aterro, onde me enterro a curto prazo.

Limoeiro, limo do mar da Palha

Palha podre de tédio rio surpresa

Desta Lisboa de água que só falha

Quando do céu azul sobra tristeza.

Lisboa meu amor, minha aventura

Em cada beco só uma saída

Alfama, meu mirante de lonjura

Má fama que a nós todo dás guarida

Mas esta angustia que eu canto

Lisboa, Lisboa, não vem ao caso!...


Fonte: Blogue "Lupango da Jinha - post de 07Ago2008"

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