domingo, 18 de julho de 2010

Ruínas

Da passada, longínqua grandeza
Resta de pé
O rendilhado, esburacado pórtico mourisco
Do Palácio da Fortaleza.

Palmeiras, longe, acenam
Aos presentes
Goa perene de tristeza…

Como a têmpera dos homens,
O palácio foi ruindo
Até que de todo ruiu:
Ficou o rendilhado do pórtico
Que ao tempo antigo fugiu.

Explendor, timbre real,
A morte tudo levou:
Ficou o desgarrado pórtico
Que doutro tempo sobrou!

E quem um dia aqui passe,
Se acaso ainda existir
Esta ruína passada,
Por certo há-de sofrer
Por certo há-de sentir
Sua boca amordaçada.

Palácio da Fortaleza!...
Reduzido
A uma porta arruinada!

Fonte: livro "Não Posso Dizer Adeus Às Armas", Págs. 32 e 33 de Amândio César

Sem comentários:

Related Posts with Thumbnails