Chaves na mão, melena desgrenhada
Batendo o pé na casa, a mãe ordena
Que o furtado colchão, fofo e de pena
A filha o ponha ali ou a criada.
A filha, moça esbelta e aperaltada
Lhe diz co´a voz que o ar serena:
“Sumiu-lhe o colchão? É forte pena;
Olhe não lhe fique a casa arruinada!”
“Tu respondes-me assim? Tu zombas disto?
Tu cuidas que por ter o pai embarcado
Já a mãe não tem mãos?” E, dizendo isto
Arremete-lhe à cara e ao penteado.
Eis senão quando (caso nunca visto!)
Sai-lhe o colchão de dentro do toucado!.
quarta-feira, 21 de maio de 2008
O Toucado
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