terça-feira, 25 de setembro de 2012

Cântico a Cabo Verde


quem foi que semeou estes pedaços
de áfrica no mar?
alguém que desejou fundir áfrica e europa
no mesmo sonho, no mesmo abraço,
na mesma voz, no mesmo olhar...

cabo verde, cabo verde,
arquipelago das ilhas encantadas
no meio do mar atlântico
por mãos sagradas...
vem do fundo das ilhas esse cântico
que flui dentro de nós nas noites de luar!

são vicente, santiago,
santo antão, fogo, brava...
a velha canção escrava,
sepultada nas ilhas outrora,
ressuscita liberta nas mornas.
(saudade minha, porque te adornas
com o pranto das lendas que trago
no meu lirismo de agora?)

cabo verde, cabo verde,
terra onde o amor se perde
e se redime na paixão ardente...
- vou cantar as tuas mornas,
na saudade da gente
e de todos os seres
que vivem nas tuas ilhas,
onde em sonhos eu sou...
e quero amar em ti as formosas mulheres
nascidas do teu ventre, as tuas filhas
encantadas que só o amor desencantou.

cabo verde, cabo verde,
ilha das ilhas prenhes de beleza e de dor,
paraíso crioulo que se perde
e se redime no amor!

Fonte: Blogue "Angola: os poetas", post de 27Ago2012.

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