Dá-me uma gota de ti
N'uma palavra que seja
Despida d'outros sinais
Que não sejam vendavais
De rasgos soltos aos ais
De gaivotas a cantar
Do peito do teu lugar
Dá-me uma flor desfolhada
Com seiva d'água na boca
E lonjuras de moinhos
Com alquimias de vento
A rasgar céus em pedaços
E a bater no coração
Das espigas da minha mão
Dá-me um chá preto-das-cinco
E o Bolero de Ravel
Com a pauta trauteada no pulso da tua pele
Dá-me um trago de tripeiro
Em qualquer cave sem pé
Com medronhos soletrados
Ao sabor da tua fé...
Maria José Praça (N.126080 da SPA)
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