terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

COMO DIZIA O POETA...


Composição: Vinicius de Moraes / Toquinho

Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

ENCOMENDA

foto: internet

Desejo uma fotografia
como esta — o senhor vê? — como esta: 
em que para sempre me ria
como um vestido de eterna festa. 

Como tenho a testa sombria,
derrame luz na minha testa. 
Deixe esta ruga, que me empresta
um certo ar de sabedoria. 

Não meta fundos de floresta
nem de arbitrária fantasia... 
Não... Neste espaço que ainda resta, 
ponha uma cadeira vazia.

Fonte: Blogue "Sedimentos", post de 12Jun2010

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Quem é o Email?

Quem é o Email?
O Email faz parte do nosso quotidiano.
Email para aqui,
Email para ali,
Email por todo o lado.
Quem é ele?
Mas já alguém viu o Email?
Ele se parece-se com quê?
Como é que ele é?
E de que País é ele?
Nunca ninguém recebeu resposta a estas perguntas.
Pois bem,
Senhoras e Senhores,
Meninos e Meninas,
Damas e Cavalheiros,
pela primeira vez, e em estreia mundial, eis o Email:

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

CANÇÃO DO DIA DE SEMPRE


Tão bom viver dia a dia
A vida assim, jamais cansa
Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...
E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu...


Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas…


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Cruzado sou. Envergo uma couraça, (...)

Cruzado sou. Envergo uma couraça,
Jurei meus votos num missal aberto.
– eu me persigno em nome do Encoberto.

Alto, bem alto, quando a lua passa,
a lua me dirá se o avisto perto.
Eu me persigno – ou seja noite baça,
ou rompa o dia, com o sol desperto.

Meu S. Cristóvão, de menino ao ombro,
ó Portugal, – eu me comovo e assombro –
nas tuas mãos ergueste o mundo inteiro.

Entrei por ti na religião da Esperança,
Pois na alvorada que de além avança,
vem tu vestir-me o arnez de cavaleiro!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Lá no Água Grande


Lá no água grande
Lá no "Água Grande" a caminho da roça
negritas batem que batem co'a roupa na pedra.
Batem e cantam modinhas da terra.

Cantam e riem em riso de mofa
histórias contadas, arrastadas pelo vento
Riem alto de rijo, com a roupa na pedra
e põem de branco a roupa lavada.
As crianças brincam e a água canta.
Brincam na água felizes...
Velam no capim um negrito pequenino.

E os gemidos cantados das negritas lá do rio
ficam mudos lá na hora do regresso...
Jazem quedos no regresso para a roça.

Alda Espirito Santo in
É nosso o solo sagrado da terra

Fonte: Blogue "Lusofonia Poeética-poesia Lusófonas", post de 02Ago2012

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