O órgão geme. É Sexta-feira Santa.
Adoração da Cruz na Catedral.
E sobe o coro numa voz que espanta,
– voz de tragédia e cerração mortal!
Só um madeiro agreste se levanta,
abrindo os braços negros por igual.
Os padres cantam. E em tristeza tanta
recanta o incenso a mística espiral.
Soluça o órgão... Com a cruz erguida,
por todo o templo a fé que nos alenta
entoa um hino à Árvore-da-Vida.
E eu, pobre criatura transitória,
enquanto a procissão perpassa lenta,
julgo assistir ao desfilar da História!
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