Serra dos Macópios,
Colina por mim chamada
Mistério no miradouro ao alto
Caminho ou descaminho
De pedras de granito ponteagudas
Com lagartos barulhentos
Mexidos e amedrontadores
De pescoços cheios e vermelhos
A gritarem zangados
Ao cimo uns pilares caiados de branca cal
Talvez uma coberta em esqueleto
Ar abandonado e só
Mistério na fundação
Ali fui em brincadeira
Várias vezes
Era uma aventura
Aqueles lagartos feios e barulhentos
Aqueles barulhos de mato…
Que apareciam de todos os cantos
Aqueles pedregulhos cinzentos
E, em volta, ninguém
Mato, uma sanzala do outro lado.
Ao nascente
Era a avenida das laranjeiras
A casa do velho Primo
Por trás da escola, o comboio
Que passa devagar
O jardim, o parque
Com as árvores grandes
Com o tanque da horta
Onde furtivamente se tomava banho
Mais além a mulola
De ruído tão forte
Que mais parecia uma tempestade
Que trazia do alto paredão da Chela
Pedregulhos, calhaus
E outros perigos imaginados.
Poema realizado às 11h00 no cadeirão preto localizado no hall de entrada para o grande auditório da Culturgest em Lisboa.
sábado, 15 de dezembro de 2012
Serra dos Macópios
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário