foto: internet
Naquela árvore vejo o meu próprio destino: - brota da terra, cresce, reverdece e enflora!
ontem,
- pequeno arbusto humilde e pequenino,
tronco a elevar-se altivo pelo espaço, -
agora...
Naquela árvore vejo a minha própria vida,
veio do mesmo pó de onde todos brotamos,
e no esforço da luta
e na ânsia da subida
desconjuntou seus galhos...
retorceu seus ramos! ...
Em mim,
o homem rasgou minha alma
e a encheu talvez de feridas mortais e eternas cicatrizes nela,
- o tronco marcou, quebrou seus ramos,
fez talhos por onde foge a seiva das raízes...
Naquela árvore humana um destino se encerra:
para viver: - lutou! ... para subir: - sofreu!...
E transformou em flor e em fruto o húmus da terra,
e indiferente, ao mundo, os ofertou como eu!
Se se cobriu de folhas,
de botões surgidos à flor da fronde assim como pingos de aurora,
- por dentro, os galhos tortos, rudes, retorcidos,
são as ânsias de dor que ninguém vê por fora...
Por consolo, - quem sabe?
- a Natureza deu ao peito de alguns homens coração de poeta,
assim como as ramagens do arvoredo,
encheu com a música das aves, gorjeante e inquieta...
Naquela árvore,
vejo a minha própria vida;
no ser: - a mesma seiva bruta e dolorida;
na face: - a fronde em flor sob a luz e os orvalhos...
E o seu consolo e o meu, e o consolo da gente,
são os pássaros a encher de sons alegremente as dores e as torturas íntimas dos galhos!
Fonte: Sedimentos, post de 27Jun2010
1 comentário:
Ai, que legal isso de trazer pra cá... poesia (sobre)voando o espaço cibernético!!!
Feliz semana!
Beijos e flores com aroma do campo.
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