segunda-feira, 25 de julho de 2011

Minha Terra Longe

Infinitamente
Observo o Sul
e imagino-me na Minha Terra Longe

A minha Terra Longe
Está para além do mar
E de todo um continente

Imagino-me nela, penetro nela mas...
não encontro a escola que frequentei
as ruas que percorri
as casas que habitei
as cidades onde brinquei

não vejo os amigos
não encontro os vizinhos

Reconheço os lugares
pelos espectros do que a minha Terra foi

Há lá uma outra gente, uma outra humanidade
Gente que nada me diz

A minha terra Longe
Já não a reconheço
Não tenho chão, apagam-se as raízes
Resta a saudade da Pátria que foi
E a mágoa e a dor da Pátria que perdi


Rui Moio - 28Set2004

1 comentário:

carlosacebolo disse...

Mais uma vez, um lindo poema que espelha bem o sentimento de saudade e perca sentido pela gente lusa e seus descendentes, naturais ou não dos territórios africanos. Na verdade minha Terra longe continua longe, não no sentido de distância Quilométrica que na era da globalização mundial pouco ou nada conta, mas sim no sentido cultural e ideológico.A mesma terra, o mesmo clima, o mesmo cheiro, mas gente totalmente diferente. Tão diferente que a própria natureza sente grandes dificuldades em aceitar como naturais.O próprio nativo, nomeadamente do sul de Angola, tem grande dificuldade em compreender a linguagem e o estilo de vida das novas gentes e suas culturas que invadiram aquele território.Constantemente é necessário recorrer à língua portuguesa para haver entendimento. Isto espelha bem como minha terra longe; Aqui tão perto, continua longe dos nossos corações.Bem hajas Rui por este lindo poema. Um abraço

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