Ao rouxinol que canta
Na noite que vai caindo
Marcado de triste dor,
Às nuvens que vão subindo
Em matizes d'esplendor,
Eu peço notícias de ti.
Ao vento que vai passando
À brisa que vem chegando,
Ao odor do mar e da flor,
Ao canto das praias varridas
Pelas ondas irritadas,
Eu peço notícias de ti.
Às gaivotas que vão deixando
Pelo ar, um risco branco,
Ao rumor leve dos buzios,
Às mil e uma coisas da terra,
Eu peço notícias de ti.
Aos homens que vêm chegando,
Aos barcos, às fontes, aos rios,
Às estrelas que vão brilhando
Em risos, em frio desdém,
Eu peço notícias de ti.
Ninguém mas dá!
Só a chuva sobre mim em pranto se cerra.
Há silêncio em toda a terra,
Silêncio seco e ruim
De ventos vergando ramos
Como se dentro de mim
O mesmo silêncio se vaze.
Não há notícias de ti!
E neste anseio cansado
Nesta pergunta tão vã
Apenas queria (vê lá)...
Ser nuvem, ser ave, ter asas,
Ter algo mais do que sonhos,
Do que cantos, do que versos,
P'ra que pudesse voar
E poder assim saber,
Algo de ti, meu amor.
Fonte: Página do Facebook de Vera Lúcia
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Minha busca vã
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