Quando nos juntamos, rompemos o dique
Da saudade imensa que vem tanta vez
Trazer nostalgia, lembrar Moçambique;
Na escola aprendemos que era Português.
Como tal, nós o amamos,
Ali trabalhámos,
Lançámos raiz,
Na machamba ou na cidade,
Fomos na verdade
Quem fez o País.
Com que displicência somos "retornados"
Quais cartas dispersas d'humano baralho!
Com que ligeireza fomos 'spoliados
De teres e haveres fruto do trabalho.
Sem tempo de transição
P'rá livre opção,
Partir ou ficar?
Hoje no País dos coqueiros,
Estão estrangeiros
No nosso lugar.
Quem não viveu lá, é que não entende
Os fraternos laços entre afro e mulungo!
O mago feitiço que sempre nos prende,
Mesmo separados pelo mar jucundo.
Se recordar é viver,
Eu gosto de ter
Mil recordações
Do País a Oriente…
E da sua gente
Que cantou Camões.
Cocuanas, hambanine!
Esfanhanes, hambanine!
Às mamanas hambanine!
Aos mufanas, hambanine!
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